CAPÍTULO 12 VOCÊ E O DINHEIRO

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Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos. . . Senhor, nosso Deus, toda esta abundância, que preparamos pa­ra te edificar uma casa ao teu santo nome, vem da tua mão, e é toda tua 1 Crônicas 29:14-16.

O dinheiro revela onde estão os nossos interesses; ele pode dirigir nossas atitudes; e sempre nos expõe ao perigo de adorá-lo; representando também valor. O dinheiro não só fala, como 'grita'. Leslie B. Flynn

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É verdade que o "dinheiro fala"? Sim, até mesmo nos cír­culos cristãos!

Muitos cristãos evitam falar em dinheiro, mas Jesus não fez isso. Em dezessete de suas parábolas, Jesus falou dos bens e da responsabilidade do homem em usá-los com sabedoria.

Ninguém deve, no entanto, pensar que o ato de dar seja para o cristão uma simples obrigação, uma responsabilidade. Pelo contrário, trata-se de um glorioso privilégio. A contribui­ção não pode ser separada do Evangelho. O Evangelho, na verdade, significa dar. Essa idéia constitui o tema de João 3:16: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito".

Deus deu e nós devemos estar dispostos a dar. Este é o foco das palavras do apóstolo Paulo em 2 Coríntios. Para de­safiar e possivelmente para envergonhar os crentes de Corinto, ele conta como os cristãos da Macedonia em meio "de muita prova de tribulação" e "profunda pobreza" (2 Coríntios 8:2), tinham pedido para partilhar da ajuda aos cristãos necessitados em Jerusalém.

Anos antes, do lado asiático do Mar Egeu, Paulo tinha ti­do sua visão macedônica. O chamado fora: "Passa à Macedônia e ajuda-nos" (Atos 16:9).

Um segundo chamado estava sendo feito agora. Não, "ve­nha e nos ajude", mas "venha e leve nossa ajuda a outros".

Para os cristãos da Macedônia, a contribuição não era uma tarefa desagradável, mas um desafio; não era um fardo, mas uma bênção. Contribuir não constituía algo a ser evitado, mas um privilégio a ser buscado.

O perigo em relação aos macedônios não era que eles des­sem demasiadamente pouco, mas sim que o fizessem em ex­cesso.

O sofrimento geralmente resulta em egoísmo, pois freqüen­temente cuidamos com zelo especial de nós mesmos, esquecen­do os outros. Isso não acontecia com aqueles cristãos. Eles passaram por grandes provações e pobreza, mas este jugo du­plo não reduziu seu entusiasmo.

A maneira como contribuíram também foi notável. Lemos em 2 Coríntios 8:5: "E não somente fizeram como nós espe­rávamos, mas deram-se a si mesmos, primeiro ao Senhor, de­pois a nós, pela vontade de Deus".

Note a seqüência. O primeiro passo na contribuição cristã não é o dinheiro, mas a sua pessoa! Segue-se então a partilha do que é seu. O Mar Morto é morto porque continuamente re­cebe e jamais dá.

O DÍZIMO

Alguns, porém, podem perguntar: "Que dizer do dízimo?". O dízimo, segundo a Bíblia, é um décimo dos bens que pos­suímos. As pessoas freqüentemente ignoram o dízimo com o comentário casual: "Não estamos sob a lei, mas sob a graça".

Esta declaração é verdadeira, mas lembre-se de que o Evangelho da graça sempre vai além da Lei. A Lei declara: "Não matareis", mas o Evangelho diz: "Não odiareis" e até mais: "Deveis amar".

A Lei de Moisés exigia um sétimo do tempo do indivíduo e um décimo de sua renda para Deus. Esse era o mínimo. O dízimo é o início e não o alvo. Da mesma forma hoje, o dízimo é o ponto de partida e não o objetivo. O Evangelho da graça supera o dízimo.

Cada novo convertido quererá fazer sob a graça pelo me­nos o que era requerido sob a Lei. O Dr. Herschel Hobbs afir­mou: "Os nove décimos provam o amor do homem, enquanto o décimo testa a obediência legal do homem". Torne o seu di­nheiro imortal: "Ajuntai para vós mesmos tesouros no céu" (Mateus 6:20).

A contribuição deve ser também sistemática. 1 Coríntios 16:2 diz: "No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade". Logo no iní­cio de sua vida cristã adquira o hábito de contribuir regular­mente.

Além de contribuir sistematicamente, devemos fazê-lo com alegria. Tomar parte no plano de Deus é um grande privilégio. Paulo coloca isto em palavras em 2 Coríntios 9:7: "Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria".

Quando chegarmos ao fim da vida a pergunta será esta: "Quanto você deu?" e não "quanto você tem"?

Será, "quanto você sacrificou", e não "quanto poupou?" Devemos produzir em lugar de sermos parasitas, contribuir e não receber.

O EXEMPLO DE CRISTO

O motivo de toda contribuição cristã está esplendidamente resumido em 2 Coríntios 8:9: "Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela diligência de outros, a since­ridade do vosso amor". "Pois conheceis a graça de nosso Se­nhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos".

Jesus Cristo deu tudo. "A si mesmo se esvaziou" (Filipenses 2:7). Quatro verdades são claras. Ele era rico, e nós pobres. Ele tornou-se pobre, e nós ricos. Vamos pensar por um momento nesses grandes fatos.

1. Ele era rico

No começo tudo estava em trevas. Deus falou e fez surgir toda a criação. "Disse Deus: Haja luz" (Gênesis 1:3), e o sol passou a brilhar nos céus.

Ele decorou a noite com a lua radiosa e as estrelas cinti­lantes. A seguir, entre o dia e a noite, Ele colocou o mundo e fê-lo começar sua jornada à volta do sol.

Deus então escavou os vales e levantou as montanhas, es­friou a terra com água, dividindo-a dos mares. Depois se abri­ram as flores, as árvores frutíferas produziram, as ervas bro­taram.

Continuando, Deus colocou criaturas vivas na terra — animais de toda espécie. "E viu Deus que isso era bom" (Gê­nesis 1:25).

Finalmente Deus fez o homem. Soprou-lhe nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. Toda a criação declara o poder e a sabedoria do Criador.

Deus é rico em poder. Toda prata e ouro Lhe pertencem. Os diamantes nas negras cavernas da terra são Seus. O gado nos milhares de pastagens são Sua propriedade.

Ele é rico em sabedoria. É onisciente. O passado, o pre­sente e o futuro são um eterno agora para Ele. Ele é rico em vida. Quando veio à terra e tomou a forma de homem, a morte não tinha poder sobre Ele. Ele é Deus de eternidade a eterni­dade.

2. Nós somos pobres

Quão pobres somos? Tão pobres que nada possuímos com que defender nossa causa nas cortes celestes. Tão pobres que não poderíamos dar-nos ao luxo de contratar um advogado para pleitear nosso caso, tão pobres que não temos vestes com que cobrir nossa culpa e nudez.

Romanos 3 conta a lamentável história: Como está es­crito: "Não há justo, nem sequer um. . . não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca eles a têm cheia de maldição e de amar­gura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz" (vs. 10-17).

Éramos pobres. Quão pobres? Tão pobres que não tínha­mos qualquer remédio para purificar-nos do pecado. Tão po­bres que não podíamos encontrar nem pão nem água para sa­tisfazer nossas almas sequiosas. Éramos pobres.

3. Ele tornou-se pobre

Jesus Cristo é o exemplo supremo do ato de dar: "sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornássemos ricos" (2 Coríntios 8:9).

Quão pobre Ele se tornou? Tão pobre que não tinha onde nascer. Nasceu em um estábulo, tendo o gado como teste­munha.

Pense em como Ele poderia ter vindo. Poderia ter nasci­do em um palácio, em um berço de ouro, alimentado com uma colher de ouro. Poderia ter tido anjos para assisti-lO.

Mas não foi assim. Lemos em Filipenses 2: "antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz" (vs. 7-8).

Quão pobre era ele? Tão pobre que, mesmo tendo feito o mundo, não tinha onde morar. O chão era seu leito, as pedras seu travesseiro, o regato seu lavatório, a brisa sua toalha, e o vento o seu pente.

Certo dia Ele falou a uma multidão e lemos que depois de ter terminado "cada um foi para sua casa" (João 7:53). Mas a mesma narrativa evangélica continua dizendo que "Jesus, en­tretanto, foi para o Monte das Oliveiras" (João 8:1).

Quando morreu, foi como um mendigo, crucificado entre dois criminosos. Era tão pobre que teve de entregar sua pró­pria mãe aos cuidados de outrem. Quando chegou a hora do sepultamento, Ele não foi sepultado em seu túmulo, mas no de outra pessoa.

Por que Ele se fez pobre? "Por amor de vós" — por amor aos perdidos — por aqueles que eram pobres. Por mim. Por você.

4. Nós nos tornamos ricos

Quão ricos nos tornamos? Tão ricos quanto o próprio Je­sus Cristo. Estávamos mortos — sem esperança — mas agora estamos vivos, somos filhos de Deus. E não somente filhos, mas herdeiros. Somos sacerdotes e reis, e reinaremos com Ele.

Quão ricos nos tornamos? Toda a riqueza dEle se faz nossa. Somos co-herdeiros de Deus. Deveríamos cantar triunfantes:

"Meu Pai tem casas e terras,

Ele guarda nas mãos as riquezas do mundo.

Seus cofres estão repletos de rubis, diamantes,

Ouro e prata,

São incontáveis as suas riquezas.

(Harriet E. Buell)

É verdade, e essas riquezas são nossas, pois se confiamos em Cristo, podemos também cantar:

Sou filho do Rei, sou filho do Rei

Com Jesus, meu Salvador, eu sou filho do Rei.

(Harriet E. Buell)

Ele nos fez ricos. O que daremos em troca? O que farei com minha vida — meu dinheiro, meu tempo? Devo guardá-los para mim? Ouso fazer isso? E você, o que vai fazer?

Lembre-se da graça de nosso Senhor Jesus Cristo.

LEMBRETES

O dinheiro não só fala, como "grita". (Leslie B. Flynn)

Em dezessete de suas parábolas, Jesus falou dos bens e da responsabilidade do homem em usá-los com sabedoria.

Para os cristãos da Macedônia, a contribuição não era uma tarefa desagradável, mas um desafio; não era um fardo, mas uma bênção. Contribuir não constituía algo a ser evitado, mas um privilégio a ser buscado.

Quando chegarmos ao fim da vida, a pergunta será esta: "Quanto você deu?" e não "quanto você tem?"

Jesus Cristo é o exemplo supremo do ato de dar.

O Mar Morto é morto porque continuamente recebe e jamais dá.

PERGUNTAS

1. Jesus falou muitas vezes sobre a contribuição?

2. De acordo com 2 Coríntios 8:5, como os cristãos da Ma­cedônia contribuíram?

3. Cite duas coisas que devem caracterizar a nossa contribui­ção de acordo com 1 Coríntios 16:2.

4. Com base em 2 Coríntios 8:9 do ato de dar?

5. Como Jesus Cristo assumiu a

6. Partilhe algo com relação às de Deus

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